segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Renato Schorr em Concepcion De La Sierra - Argentina

É inegável que o assunto em tela foi, é e será motivo de muito debate ao longo da humanidade. Muitos fatos novos agitarão o assunto e outros cairão no ostracismo. Um vasto “arsenal bélico” a disposição dos estudiosos (não falo dos donos da verdade), pois estes são grandes literalmente, sempre estarão dispostos ao reexame da matéria. Também é verdade que há posições totalmente contraditórias sobre o assunto e é isso que enriquece a questão. As divergências nos conduzirão à novas pesquisas donde advirão resultados reveladores.


            A Companhia de Jesus é defendida com propriedade por uma corrente, outra defende os nativos – detentores do direito de propriedade sobre as terras -, e há aqueles que entendem que havia a intenção da companhia em consolidar uma república, de outra banda, não podemos esquecer a corrente que sustenta os direitos das coroas ibéricas. Logo há pano para muita bombacha! O debate nesse momento da história é mais salutar que “ontem” porque afloram documentos históricos elucidativos.
           



                              Centro cultural de Concepcion: Pablo e Leo

Ficamos quase reclusos por três dias com o grande mestre Mário Simon, vasculhando a história nas folhas desbotadas de muitos livros. Ao final, compomos uma letra para o 2º Manifesto Nheçuano, na Cidade de Roque Gonzáles, em 30 de dezembro de 2010. Nosso estudioso Mário Simon é realmente uma referência na área, além de possuir um invejável acervo cultural, facultando farta pesquisa.



            Acompanhado de um carreteiro da historia, o menino Leo Petersen Fett, com apenas 87 anos e dirigindo seu automóvel sem óculos – êta guri medonho -, participamos do dito Manifesto Nheçuano no dia 29 e no dia seguinte partimos para Concepcion De La Sierra, Argentina. Daquele pueblo, vieram os migrantes nativos que formaram as povoações de São Luiz Gonzaga, São Miguel Arcanjo e San Angel Custódio. Nossa intenção visava encontrar subsídios (não poderia ser diferente). De forma alguma poderíamos ignorar o conhecimento que Léo Fett detém. Sensacional. Léo deveria ser eterno! Verdade. Ele não necessita de bajulação. Pois bem, Concepcion De La Sierra “guarda” preciosidades. Falo em guarda sem guardar. Ainda existem preciosidades na antiga redução.


           

               

Fett é "feroz" na vasculha, detalhista. Nada lhe tira o ânimo! Ele vai, busca, explora, sacode não se conforma, aceita, em fim, é um “perdigueiro”, em busca de sua “caça”. Todavia, é imprescindível que se diga: quanta informação já está alojada num só cérebro. É algo incrível. Fantástico. Havia tempos vínhamos nos manifestando no sentido de transformar suas riquíssimas colunas do Jornal em livro, felizmente isso já ocorreu e agora estão à salva, exceto, se algum maluco determinar a queima.

Por igual, feito em São Miguel e Santo Ângelo e demais dos Sete Povos da margem oriental do Rio Uruguai do Segundo Ciclo Missioneiro, a praça central também está defronte a Capela.

           


                                 Coluna e pedras no pátio da antiga redução


A Capela conserva algum formato antigo, enquanto há um piso original soterrado a dois metros de profundidade. Existe um orifício que faculta vê-lo. Algumas relíquias antigas estão presentes. Na capela existe um altar lateral com a imagem dos três beatos: Roque Gonzáles, Afonso Rodrigues e João del Castillos. Por óbvio que nossa missão era e continua sendo, buscar subsídios.


Resta preservado o local destinado ao lavatório de roupas com escadas de acesso e um poço d’água, este, perdeu a originalidade interna uma vez que fora protegido internamente com “tábuas de coqueiro”, enquanto a fonte deste está totalmente comprometida. Encontramos pontos idênticos/iguais aos de São Miguel, inclusive a pedra Itacuru (cupim). A obra com os muros de contenção e as paredes originais encanta pelo trabalho milimétrico, embora tricentenários, causam “inveja” pelo primor com que estão sobrepostos.



      

                                           Antigo poço


                        
Pablo Bibo, um cidadão zeloso está realizando um grande trabalho de recuperação do acervo cultural com os livros e algum acervo. Havia pouco, se aposentou e a partir daí deu início ao “trato” do acervo intelectual. Pessoa fascinante e prestimosa. Cidadão valiosíssimo.
           

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