quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Partiram - Por Lisandro Amaral







Partiram tantos... e a saudade se derrama neste úmido amor dos olhos.
Imaginável, para alguns, pra onde foram... inaceitável, para tantos, porque se foram...
Algo incompreendido nos motiva sempre o reconhecimento, e o despertar da sabedoria, pelos conhecimentos oferecidos nas infinitas páginas, que eram brancas e seguem sendo, mas agora, são pergaminhos de luz, pintados pelo úmido amor daqueles que partiram.
Com a mão ao rosto, num gesto de apoio ao corpo, debruçastes a alma gigantesca e inundada de conselhos - irmão de luz. Estava na calmaria sábia da tua voz, o timbre exato da compaixão, da entrega eterna, e em teus passos caminharam muitos, em teus braços se apoiaram tantos que compreenderam, dentro do possível, o fardo.
Agora te encontro colorido de esperança, num símbolo, que de tão brasileiro se apresenta mundial...
Estás livre, e ao mesmo tempo preso no pensamento dos que te avistaram, significativo, na hora exata, em que pensarmos teus feitos, será sinônimo de recomeço.
O mundo estará voltado ao nosso País, e Castro Alves estará contigo escrevendo a grandeza ainda escrava do bebedor e respiratório da humanidade, ao qual somos guardiões.
Multiplicaremos as armas de São Jorge, expulsaremos com firmeza e sem humilhação, os lunares negros que teimam em ofuscar nosso império índio.
Salve o verde, salve o Rio, salvem as palavras sábias que pintaram de luz o pergaminho limpo da grandeza da terra.

É tempo de reflexão e atitude, mude...
É hora de ação e amor, calor...
É tempo de limpar o Rio, sombrio..
É hora de rezar ao Cristo, insisto...


E aqueles que partiram, nunca deixaram de estar, na harmonia dos lares, na grandeza dos mares, na riqueza do sol, no sem fim do arrebol...
E aqueles que ficarem pensem, estarão nos lares, guardiões dos mares, a benzer-se ao sol, no sem fim da prece de quem - sim - merece o sem fim do arrebol.

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