domingo, 27 de fevereiro de 2011

Eis o desafio de Cabo João. Quem se habilita?






Buenas amigos do De Pingo Alçado no Freio, aqui vão alguns versos deste humilde cantor das coisas puras da terra. Lanço a vocês, nossos leitores um desafio, como sou bem da fronteira, aprecio o exercitar da gineteada da vida, em forma de desafio.
Buneo, o leitore completarem o poema, ou seja, aquele que estiverem mais próximos do final original receberá um CD “Bem de Campo”, da gravadora Vertical.
Sem mais para o momento,
desde já meu carinhoso agradecimento, com um abraço forte como um tronco de angico.





 ABANDONADO
Autor: Cabo João

Fragmentos para análise e debate sobre o poema.
- Memória e reflexão de um homem e seu tempo.

De que adiantam
as
estradas longas, se as pernas mal suportam o peso do corpo?
As melenas entordilhadas de geada e
lua, se debruçam cansadas nesses ombros,
 onde a canga do tempo atrelou saudades e foi ajoujando lembranças.
De que me adianta o pinho?
Pois sempre estou sozinho, nas madrugadas...
 só o vento faz comparsa, assoviando quando passa
 nas quinchas do firmamento.
Sobe os pelegos, no velho catre bagual,
nesses sonos mal dormidos, a ponilha dos anos,
aos poucos vem me roendo o carnal.
Pois a vida passa
como as águas
no leito de um grande rio e ao beijar as barrancas,
deixa as marcas amargas na ressaca de espearça.
 que a enchente de sonhos arrancou.

Ah!
A juventude,
as tropas de contrabando,
as marcações de setembro
e os galpões das estâncias.
Não.
Não me perguntem nada sobre esse tempo.
Talvez eu não saiba responder,
 pois, esses moços não querem compreender
 porque seus avós foram tão guapos para as pelejas e tão duros para morrer.
Então, como fumo ressequido que se esfarela no cortar,
 vão escapando as histórias sem ninguém para escutar.
Sob o teto do infinito, nesse rancho ilusão, a meia-lua da nova
abre urna frincha na quincha imaginária
 e vai sangrando a nudez da pampa, nas claras noites de verão.


Vamos ao desafio do fronteiriço, amigo, poeta e homem do cavalo, Cabo João. Vamos ver quem se habilita?

Um comentário:

  1. E quando a aurora desponta já nã há mais a quem contar causos e patacuadas. Então, com o olhar perdido, abandonado fica o gaúcho remoendo um tempo que não é seu!

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