O Pampa é de Juliana e é a Flor dos Spanevello

Abrimos o ano em nosso trabalho com uma jovem que poderia ter tantos nomes. Contudo, o título revela muito bem nosso pensamento. “O Pampa é de Juliana e é a Flor dos Spanevello”. Nossa estrela guia que  veio cantar para nós, neste inicio de 2011 tem frases e postura de digna representante das mulheres do Rio Grande. Ela tem coragem para começar e recomeçar tem fibra de guerreira do pampa e tem a persistência de uma descendente de italianos.

Pampa e Flor é o recente trabalho desta mulher que abriu nossa charla dizendo: “tenho 30 anos e me encontrei, decidi que seria cantora, esse CD marca para mim uma retomada da minha carreira, depois de muitos anos sem gravar fui lapidando idéias e tentando entender o que eu realmente gostava de cantar e cheguei à conclusão que eram coisas Campeiras e Folclóricas”.

Nas palavras de Juliana percebemos a sua gana em mostrar o Pampa, seus encantos, belezas e inclusive as Flores.  A Sapecada da Canção de 2010, em Lages, Santa Catarina, foi um marco. No alto da serra ao apresentar a música “Pampa e Flor”, Juliana sentiu que o coração chamou para uma nova jornada. “Misturar a essência do homem campeiro com a beleza e o singelo das flores, tudo isso veio a traduzir meu caminho na música, minha verdade.”

Quando tantos ainda imaginam que estão neste mundo a passeio e que não tem como missão deixar algo para as pessoas, por consequência aprender com o convívio. Juliana traz um brilho especial, não somente por ser bela, ou ter um sorriso encantador, mas acima de tudo, por conservar valores ligados a família e a sua pequenina, porém, linda Faxinal do Soturno.

Nos encanta! É um grito, um cantar de chamamento, enfim, de reflexão.

“Consegui amadurecer e cantar com propriedade tudo que vivi na infância, com meus pais e também no Centro de Tradições Gaúchas, enfim, é um repertório que revela o que sou e como sinto minha gente”.

Alguns de nós revigoramos energias no mar, no campo, entretanto, nós do De Pingo Alçado no Freio estamos revigorados, por que ouvimos o gargalhar de uma menina-mulher que é enfática. “Posso andar por onde for, mas sempre quero o colo da minha mãe e do meu pai. O carinho das pessoas que amo e que me amam, isso faz com que a música invada minha alma”.

Quando nós humanos resolvemos, na maioria das vezes fazer comentários, que o mundo está mais violento, que falta amor entre as pessoas. Surge uma flor para nos ensinar que não é verdade. “As pessoas são afetivas sim! Estamos aqui para vivenciar o amor”

A Cantora e encantadora não pensa apenas nela. “Me pergunto sempre. “Por onde andam as meninas que começam a cantar no Centro de Tradições Gaúchas ou em festivais voltados para este público e as vezes param? Lembro que quando era criança havia mais de 30 meninas que cantavam e hoje? Fundamental é incentivar esta gurizada, por que nossa raiz e nossa identidade se fazem através deles”

Isto Juliana relata bem em Pampa e Flor. Belíssimo trabalho, canções que embalam nossos sonhos e nos fazem acreditar que o mundo pode é melhor, basta que o vejamos com o coração.

“Saibam tudo o que fizermos com dedicação deve ser visto como trabalho. As pessoas devem exercitar os talentos que receberam, sejam eles os que forem não ter medo de cobranças.”

Juliana Spanevello é formada em direito, já atuou como administradora na empresa da família, por lá permaneceu aproximadamente 8 anos, entre as duas ocupações. “Tudo o que passei foi válido, aprendi muito e hoje se tornou parte de mim”.

Esta Flor do Pampa nos dá um até breve fazendo um apelo e revelando um de seus sonhos “Que as pessoas não tenham vergonha de sua procedência. Que tenham orgulho de sua família e terra”

 

Nosso abrir cancha deste 2011 não poderia ser melhor, misto de Pampa e Flor, não é um trabalho apenas para ser escutado, mas sentido em cada nota, por que ali está de maneira subliminar o verdadeiro sentido da vida. Amar.


 “Tenho orgulho depois de 10 anos retomar com tanta força e felicidade. Às mulheres e crianças digo: persistam! Temos o papel de abrir frente para tantas outras que hão de vir, por que temos força para seguir. Me encontrei com 30 anos. Feliz demais!”