segunda-feira, 23 de maio de 2011

Da linha Central rumo `a Umuarama

Hoje fiz como os poetas, aqueles que compreendem as voltas do mundo. Parei! Observei! Refleti!
Comecei o dia questionando tudo que estava em minha volta. O ar, a água, as músicas, as palavras e acima de tudo meu pensamento. Contudo, o patrão é profundamente sábio, nos conduz, literalmente no colo, quando precisamos aprender algo, que às vezes ficamos negaciando. Assim, surgem os anjos que nos auxiliam na condução da tropeada, bois se desgarram, mas eles estão sempre lá, com as palavras e pensamentos voltados para o coração, a fim de tocar as mais raras melodias da alma.
 Estou convicta que estes sirineus sabem de um jeito ou de outro, como devem agir, arrisco em dizer que o patrão ao contratar a comitiva que conduz a tropa já os coloca como guias de nossos esclarecimentos, a fim de buscarmos o melhor caminho, montados no melhor de todos os fletes, a nossa consciência.




Pois bem, ainda cedinho, com o mate na garganta, recebo o chasque, vindo do meu, também amado Paraná. “Tenho algo para ti. Pinhão” Logo exaltei de alegria. Do outro lado, do que parecia ser um daqueles telefones a manivela, ouvi a voz forte e doce: “mas, não é para tanto, é um simples”. Mal sabia o sirineu que chamou de “Pé vermelho”, que para mim era é uma grande iguaria, pois se lembrar de alguém nos detalhes é para mim algo essencial nas inúmeras vidas que temos.






A manhã caminhava como o trotar dos pingos. Outro chasque. “há por aqui um presentinho para ti”. Como aquelas meninas danadas e curiosas, perguntei quem mandou? O melhor de todos os sirineus que poderia ter conhecido, pelo respeito, pelo carinho e pelo reconhecimento disse que foi um senhor chamado.....quando passares por aqui pegue, mas lembre-se é muito simples. Sai correndo em direção ao regalo.









Quando vi, mal sabia o sábio homem que eu estava diante dos ensinamentos da minha amada avó e que estas bolachinhas eram entregues para mim, na Páscoa, quando não podíamos comprar chocolate. Minha amada e preciosa mãe fazia as bolachinhas, juntava casca de ovo, pintava e enchia de carrrapinhada. Fiquei inebriada diante do gesto! Foi uma volta a minha essência e busca incontida de aprender, cada vez mais, a amar.

Por fim, o meu ponto de equilíbrio, afinal todos temos um, eu tenho, graças a Deus vários. Mas, ela deu um jeitinho de me fazer estar perto do meu Rio Grande. Presenteou-me com lindas palavras de incentivo e uma bela, tanto quanto ela, orquídea.






Assim, foi o dia e a noite será como diz o meu querido amigo de sempre. Lauro Simões.
“este um momento lindo de torrear o mundo, não temer tormentas e nem as calmarias, porque o mundo as portas esqueceu tramelas”

Vivamos de a cavalo no destino, tendo consciência que as rédeas são nossas, portanto, só deixamos que nos façam o que permitimos. Logo é sempre momento de montar o melhor dos fletes, apartar o boi na mangueira, pexar bem na saída e no decorrer dos quatrocentos metros, entregar-se a vida, com gana, com a alma, com a fibra, com a coragem dos que aprendem nos lares que “as lembranças dão volta tironeando o pensamento, para o meigo rosto de alguém” Que o que nosso alguém seja nós mesmos!

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