domingo, 8 de maio de 2011

A pedra BRILHA mesmo


O caminho dos verdadeiros andantes é mesmo longo e tem como característica valorizar o lugar, a gente, a cultura e a vida.
Graças a Deus e seus enviados, tive a chance de conhecer um peregrino. No Rio Grande ele seria chamado de tropeiro, porque carrega em seus peçuelos cada lembrança. Acredito que se pudesse levaria consigo, materialmente falando, um pouquinho da terra do seu lugar...




O espetáculo estava completo, diante do mapa deste imenso Brasil o andante me mostrava emocionado o seu lugar, repetindo várias vezes: “tenho saudades, deixei todas as minhas raízes por lá”. A conversa que durou cerca de vinte minutos, foi, tenho certeza um grande reencontro, porque lá estavam, mais uma vez os índios missioneiros. Ele, o andante “Da Pedra que Brilha” – Adriano Souza – me fez, apenas em pensamento, ir rapidamente a linda, encantadora e mágica Itaberaba. Fiquei estupefada com os relatos e com as visões que vez ou outra vinham em minha mente. Lá pelas tantas, disse ele: “acho que tens algo com aquele lugar, porque teus olhos brilham”. Mal sabia o meu amigo, que agora me atrevo de chamá-lo de tropeiro da Chapada Diamantina, que eu estava lá, no lugarzinho que ele tanto falava.





Aqui faço uma ressalva, Itaberaba, em tupi guarani “ A Pedra que Brilha” – não é daqueles lugares que as pessoas menos desavisadas costumam ir apenas em busca do chamado “turismo ecológico”, não mesmo, ela se manteve firme com os seus casarões antigos, reflexo da preservação cultural.
Adriano começou a contar sobre o coronel Horário de Mattos e suas façanhas com Lampião. Mas, o tempo correu a galope e tivemos que deixar esta charla para outro momento, ainda bem, porque é certeza que continuarei aprendendo como se ama de fato o lugar em que se nasce, como se preserva as raízes dentro do coração, como é possível se emocionar com os pensamentos relacionados à infância e acima de tudo, como ainda, graças aos tupis guaranis e aos Maracás, há tropeiros como o Adriano que afirmam:

“às vezes quando dou bom dia. Quero que as pessoas entendam que estou expressando tudo o que naquele instante desejo para elas, quando dou um abraço quero que percebam que dois corações se juntam, emoções são compartilhadas e que tudo é um grande reencontro”.




Itaberaba, na Bahia, pedra que brilha, revelou para o De Pingo Alçado no Freio que necessitamos estar de pronto, a fim de prestarmos atenção nos inúmeros Tropeiros – Adriano Souza. Sobretudo, por sabermos que não onde estejamos fisicamente, o fundamental é onde nossa alma está. Então, nascidos no Rio Grande ou não, não importa, o que vale é o sentimento e a essência.
Gracias e ceva o mate conosco, porque ainda temos o que aprender contigo. Te saudamos com os versos so fronteiriço Lauro Simões:


"...este o momento lindo de tourear o mundo,
não temer tormentas, nem calmarias
porque a vida, às portas esqueceu tramelas!..."


*poema Rodeio das Almas

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