terça-feira, 31 de maio de 2011

Vai carreta rumo aos sedentos da alma

Semana difícil de ser contada em poucas palavras. Contudo, no dizer eternamente sábio de minha mãe: “não é tempo de parar, tem que bancar na rédea e tocar a vida por diante”. E a jovem desta lição tem seus quase 70 anos feitos.
Dias e horas, com o pensamento, ouvido, coração e olhos na Ciranda de Prendas, em Passo Fundo. Vi sim brilhar a luz maior do amor, da paz e do equilíbrio, sentimentos estes que ainda precisam de muito burilamento dentro de nós. Senti a nossa “Quanta Luz” brilhar. Diziam algumas crianças em um restaurante da cidade: “Ah posso te dar um abraço, eu e meus priminhos queríamos tanto chegar perto de ti”. Era um anjinho, talvez para representar a todos os da Escola Padre Caetano, que não estavam lá pessoalmente. Pois é, Fernanda Sarturi Rigão. Lembro-me da lição “que haja paz na terra a começar por mim”.


Expressar em simples palavras o que sinto neste exato momento, impossível. Porque aprendi com esta prenda o que é ser grata a tudo e a todos, aprendi com esta prenda que os desafios da vida devem ser vividos e não colocados de lado, pois a oportunidade pode ser única.

Seguramente Lauro estava lá, sentado junto ao angico, para te ver mateando: “quem te disse angico, que nós os dois juntos, não somos eternos ?”.





Valeu a pena, exatamente porque na edição número dois do Jornal Tradição, que agora tenho nas mãos, publicado em cinco de junho de 1976. Onésimo Duarte abria a IX Convenção Tradicionalista, em São Francisco de Paula, dizendo assim:

 “Então quando vejo a moçada aqui, como a invernada artística do Rodeio Serrano que agora se apresentou, mocidade sadia, cultivando os nossos costumes, hábitos e a nossa tradição, eu vejo que nem tudo está perdido. Quando vejo que neste galpão se situa gente jovem ainda, apegada, não ao passado, absolutamente, mas o presente. É mais do que nunca  um presente que precisa ser mais presente ainda e quando vamos projetar a nossa imagem, em termos de Rio Grande, é que nós vamos buscar na seiva do tradicionalismo,a força do que precisamos” representas exatamente o descrito por este bravo homem.



Tenho comigo que ser prenda é muito mais do ostentar uma faixa ou saber escrever sobre o vestido de prenda. É buscar dentro de si o verdadeiro amor pelas tradições, saber claramente o verdadeiro significado da tese de Barbosa Lessa  - O Sentido e o Valor do Tradicionalismo, compreender o que são as quarteadas sociais, tão bem feitas e cuidadas para que a assistência de todo gênero chegasse ao interior do município. Assim, vejo as prendas do meu Rio Grande. É verdade ”ser prenda prá gente é mais que um presente é regalo de Deus”. Logo, compromisso, algo concedido por empréstimo que teremos que prestar contas, afinal “há quem muito é dado muito será cobrado”. É uma mudança profunda! Uma experiência que busca acima de tudo trabalhar em nós a humildade, a quebra da vaidade, do orgulho, da indiferença e do individualismo. Torna-se ou deveria tornar-se o que escreveu Glauco Saraiva, no artigo primeiro da Carta de Princípios do Movimento Tradicionalista Gaúcho: “...auxiliar o Estado na solução de seus problemas fundamentais, na busca do bem coletivo...”






Hoje passei os olhos rapidamente por um diário que fiz quando prenda do RS e li a seguinte frase, que agora com a autorização da autora, transfiro a ti, Fernanda...”O tradicionalismo colheu a mais bela flor com a tua conquista de prenda do Rio Grande do Sul”.

 Saiba, és prenda, serás prenda e este é o maior de todos os aprendizados, ele jamais te será tirado, está em tua alma, como uma marca grande. Algo que carregamos ao longo do caminho, que às vezes é áspero, tem ventanias, tormentas, pedras, mágoas, decepções, porém, lá no fundo do nosso ser há a certeza que tudo passa.
Permanecendo anjos em forma de gente, colocados, um a um, em nossa estrada. Eles carregam lampiões, não esqueças claream a estrada.
 Contudo, as escolhas são nossas!!!

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