segunda-feira, 6 de junho de 2011

A recompensa







Por Renato Schorr           

 Quem luta vence! Quem semeia colhe! Apenas dois adágios, ambos mais antigos que a vida de Olgi Zauza Krejci. Dizem que Olgi, outrora fora um moço retovado, para o qual, qualquer pé de pato dava uma sopa, não quebrava esquina, desconhecia perigo, até que o tempo o domou. Nascido no Rincão da Candelaria, Município de São Borja/RS, vêm ajoujando letras, formando palavras, para alinhavar versos. Embora esqueça as chaves do veículo em todo lugar por onde ande, ainda assim, é possível acreditar nas suas verdades, em especial, quando afirma que aos quatorze anos já escrevia sonetos para o Jornal e com o resultado dos escritos, conseguiu adquirir um terreno na cidade de Santo Ângelo. Eta tempo gordo! Senão, a qualidade da produção.
            Olgi, no auge da sua juventude acumulada está colhendo os frutos do amadurecimento do cérebro, deitando ideias claras sobre o universo, transcreve com “invejável” nitidez a paisagem, nela inserindo a ação humana, bem assim, romanceando os filamentos dos sentimentos. A veia poética está explodindo, até parece que Catulo da Paixão Cearense, seu patrono na Academia de Letras de Santo Ângelo, está tomando a sua mão para rabiscar belíssimos poemas. Isso, sem desmerecer nossa pérola poética.
            Há poucos dias, pouquíssimos, estávamos no aconchego do seu castelo, eufórico feito piá, ele solicitava para dona Ilda, mostrar as letras classificadas nos festivais do Carijó e da Tafona da Canção, aliás, insistiu na reprodução dos CDs. Na ocasião dizíamos ao Confrade: Em pouco tempo se há de vencer um festival. Durou menos do que o esperado, apenas duas semanas e o resultado está aí, na letra GAIVOTAS, do próprio Olgi, com a parceria musical de Juliana Spanevello, Piero Ereno e Analise Severo, vencendo a Tafona da canção, na linha da manifestação rio-grandense.
GAIVOTAS
Duas gaivotas pequenas
Buscam tatuíras na areia,
Matam nativos anseios,
No doce afã de pescar.
É tão lindo nessa vida
Fazer o que o peito sente,
Como nós antigamente
Correndo à beira do mar...

As gaivotas já se foram
Feito aves de arribação,
Mas um dia voltarão
Revoando no azul do céu.
Voltes também para mim,
Refazer meu paraíso,
Devolver o meu sorriso
E os beijos que foram meus;

O tempo cruza ligeiro,
E é tão pequeno o meu sonho;
Ver o teu olhar risonho
De arrebol em arrebol.
Curtir as ondas do mar,
Bronzear numa brisa amena
Os nossos rostos morenos
Nos mesmos raios de sol.

Que importa os cabelos brancos
E as rugas de nossas mãos,
Se toda a minha ilusão
É tornar, vê-la sorrir...
Vamos passear pela praia
Andando devagarzinho
Porque os nossos castelinhos
Já não sei mais construir.

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