Voltei num repente a reler as edições do Jornal Tradição. Entre um mate e outro, uma tarefa e outra, decidi abrir, meio “por acaso” a edição de 20 de junho de 1977. Como não acredito em acasos, nem em coincidência fiquei meio parada a olhar pela janela o que tantos dizem ser uma linda vista.
O Tradição de 1977 chama à gratidão, a caridade, a preservação de nossa identidade cultural e aos valores aprendidos em nossos lares e reavivados na escola da vida. Mas, meio confundida entre a vista e a leitura, voltei a alguns questionamentos que acredito permanecem na alma de todos os que realmente procuram viver.
Então, o que é gratidão? Caridade?
Por algum instante, graças a Deus rápido, diante da vista cheguei a pensar que não somos capazes de discernir entre caridade, bondade, gratidão e outras manifestações. Cheguei a pensar que não entendemos mais palavras bondosas e carinhosas, exatamente com o significado expresso nelas. É cheguei a pensar que havíamos perdido a inocência e ganhado a malícia rápido demais.
Por isso, resolvi voltar a casa das bem querenças, aquela do expressar amor, carinho, doçura, condições primordiais para um ser humano que deseja, repito, viver plenamente.
Ouvi uma frase belíssima: “sentença vem de sentir, então toda sentença leva um pouco de sentimento; toda a ciência tem um pouco de arte e toda arte tem um pouco de ciência”.
Ora, o que andamos fazendo da sentença do bem viver? Estamos dando a sentença primeiro aos outros do que a nós mesmos? Estamos sentindo apenas por nós e não pelos outros?
Não creio!
Transcrevo trecho do belo poema que tive a oportunidade impar de reler no Tradição de 1977.
“Este canto simples
Que me vem da alma,
Dedico a ti, meu patrício,
Que me hás de compreender,
Pois como eu,
Tens os pés firmes no chão
E a alma no firmamento,
Sempre buscando amplidão...
Essa amplidão que começa em nós,
No camperear de cada dia,
No jeito como se atira o laço,
Nos caminhos largos,
Nas distâncias,
No canto das raças
E no reponte dos ventos. “
Que todas as sentenças sejam ...
*Canto de Herança e Terra – J. Machado Leal
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